Sbronka

Aqui tem sensualidade mas não tem pornografia, não tem piada manjada, matéria copiada nem nenhuma outra chupação de idéia alheia. Este blog é feito de textos, fotos e montagens de minha autoria e qualquer idéia, texto ou fotos de terceiros terá seu crédito. Este Blog não tem o compromisso de agradar a ninguém. Toda crônica depende do humor do dia, ou da hora. Por fim, este blog não tem papas na língua e o formato é secundário para valorizar o conteúdo.

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15 maio 2008

Eternamente é ter na mente ternamente

Estava assintindo ontem à linda vitória do meu São Paulo sobre o Fluminense pela televisão, já que estou à dois mil quilômetros do magnífico estádio do Morumbi, mansão e palco majestoso dos espetáculos apresentados pelo meu time, o mais querido.
Tive porém uma ingrata surpresa ao constatar assombrado que os auto-falantes do estádio tocavam uma versão "muderrninha" do hino do clube, aquela com corinho "ô-ô" após o "Ó tricolor..." do refrão. Até aí problema nenhum, apenas uma releitura da canção. Seria.
Seria se não fosse o atentado à bela poesia de Porphírio da Paz, que ensinou às futuras gerações que ao tricolor se ama TERNAMENTE !! (veja a letra na página oficial do clube).
Talvez por ser da paz, Porphírio já imaginava nos idos dos anos 30 do século passado, que as torcidas organizadas iriam inventar um novo tipo de amor, cheio de ódio, onde amar seu time significa espancar e até matar quem torce para o time adversário, e como numa cápsula do tempo deixou o recado para os são-paulinos de hoje: "são teus guias brasileiros, que te amam ternamente". Talvez naquela época dizer-se amar com ternura fosse um pleonasmo desnecessário, mas hoje é uma lição mais que precisa.
Mas, infelizmente, parece que a Diretoria do clube não percebeu, ou não honra os símbolos do clube para perceber, que a gravação em questão, como boa parte da torcida são-paulina de hoje em dia - essa parte dos que amam com o coração cheio de terror -, não canta como Porphírio escreveu, "ternamente", mas por limitação de vocabulário imaginam que a letra diga "eternamente".
É triste. Triste porque tratam um dos símbolos do time, nos próprios auto-falantes do estádio, com o descaso de quem o desfigura sem piedade. Esta diretoria faria um bom serviço ao São Paulo e ao futebol brasileiro se esclarecesse aos são-paulinos das novas gerações que o hino diz "ternamente" e não "eternamente", e depois explicar a esses deturpados o que é o amor terno. Que lindo seria se todas as torcidas amassem seus times ternamente e com espírito esportivo, como quando meu pai me levava ainda criança ao Morumbi, num tempo em que as torcidas rivais ainda se sentavam misturadas. No tempo em que se distinguia que "rival" não é "inimigo".
Então, Diretoria do São Paulo, faço algumas sugestões: lancem a campanha "Tricolor, te amo ternamente", revitalize um dos símbolos máximos do São Paulo, seu lindo hino, começando por tocar nos auto-falantes do nosso estádio a letra correta do hino. Aproveite para ensinar que torcer para seu time não significa querer matar os torcedores do time adversário.
Ou então siga a boiada e mude a parte da letra do hino para "eternamente" logo de vez, ao arrepio da paz eterna do dedicado são-paulino Porphírio.