Verdades do Velho Safado

Este parágrafo de "O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio" (LP&M), coletânia de trechos do diário de Charles Bukowski selecionadas pelo próprio , não podia ser mais atual. Ainda que consideremos que o Bush em questão era o pai, a guerra era a do Golfo, e o ano era 1991.
Quase dezoito anos depois os espelhos estão se espatifando em cacos, e sobra a certeza de que somente o vento sustentava o jogo. Vento de um discurso vazio, de uma propaganda enganosa de prosperidade e solidez que se desmanchou no ar para espanto dos idiotizados que criam nas mentiras que eles criavam. "Falar é fôlego" dizia um personagem de Suassuna. O fôlego do marketing dos norte-americanos se acabou, talvez depois de acabados os anabolizantes e doppings de sua economia falsamente bombada. A máscara caiu. Agora os neoliberais clamam pela ajuda do Papai-Estado. Liberais com o Estado dos outros, né ? Afinal a regulamentação da economia pelo Estado serve para impedir que chacais como o Tio Sam venham explorar as ovelhas no nosso quintal. Agora a GM, a Chrysler, a Ford e os bancos pedem mesada - intervenção do Estado - para sobreviverem. Gostaria de saber o que o velho safado diria de tudo isso. Certamente sua opinião estaria recheada de adjetivos impublicáveis. Ele sabia das coisas.
(Na foto, Charles Bukowski como gostava: uma cerveja numa mão, um cigarro na outra e uma "dama" entre elas.)
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