Sbronka

Aqui tem sensualidade mas não tem pornografia, não tem piada manjada, matéria copiada nem nenhuma outra chupação de idéia alheia. Este blog é feito de textos, fotos e montagens de minha autoria e qualquer idéia, texto ou fotos de terceiros terá seu crédito. Este Blog não tem o compromisso de agradar a ninguém. Toda crônica depende do humor do dia, ou da hora. Por fim, este blog não tem papas na língua e o formato é secundário para valorizar o conteúdo.

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Local: Salvador, Bahia, Brazil

Especialista em qualidade de software, atuando na área de Gestão do Desenvolvimento no Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO.

29 agosto 2009

CADA PAÍS TEM A SUSAN BOYLE QUE MERECE

Ela trabalhava numa escola, até seu vídeo aparecer no youtube era uma mera desconhecida do público em geral, e a partir de então foi guindada ao patamar de celebridade alcançando repercussão mundial. Tudo por ter participado de forma inesperada de um evento artístico mostrando seus talentos naturais. A descrição pode servir tanto à Susan Boyle - a patinha-feia escocesa que brilhou em programa de calouros britânico -, como à Jaqueline Carvalho, a professorinha primária baiana não tão bonita que foi flagrada em câmeras de celular dançando um "pagode" chulo que não vou divulgar nem o nome nem a banda para não valorizar esse tipo de lixo. O caso é que entre os talentos da dita celebridade não está cantar como um anjo temas consagrados de musicais da Broadway, mas exibir a bunda e a calcinha atolada entre as nádegas pelo cantor da banda enquanto rebola. Após a divulgação do vídeo no youtube e muita pressão de pais de alunos da escolinha onde lecionava, Jaqueline foi demitida, fato que efetivamente causou a repercussão do caso. Até então era somente mais uma bunda querendo se exibir entre tantas a fim de carlaperizar uma chance ou sei lá o que, somente se divertir, como diz a própria. A polêmica dividiu as opiniões em âmbito nacional nos noticiários do mundo cão, chegando a repercutir até no exterior.

Agora, o advogado da moça - ou da ocasião - talvez de olho na carona que pode pegar na repercussão do caso, quer tirar o video do youtube justificando que mesmo tendo aparecido em local publico não poderiam expor a imagem dela sem sua autorização. Será ? Não sou causídico, mas me parece que a partir do momento em que ela própria se expôs a subir num palco e participar de uma apresentação "artística" sua performance deixou de ter caráter privado e se tornou parte de um show, bem diferente de ser flagrada numa pista de dança, por exemplo. Uma reportagem do Correio da Bahia ainda faz paralelo com o caso Cicarelli, ignorando o fato de que na cena tórrida do namoro da modelo brasileira na Espanha havia uma presunção de privacidade por parte do casal que estava, não num palco, mas dentro do mar, afastado da areia da praia e isolado das pessoas, capturados por uma tele-zoom. Parece que o tal advogado vai ter que rebolar pra ganhar essa causa.

Mas voltando ao caso de Jaqueline, além da incompatibilidade entre ato e função, o que me espanta não é o lado moral. Quem me conhece sabe que sou amoral em relação a essas questões. Para mim não haveria nada de indecente numa performance de sexo, sincronizada a uma filarmônica executando o Bolero, de Ravel (pausa para anotar a idéia, qualquer produtor que executar essa vai ter que me pagar royalties). O que me indigna mesmo é a falta de senso estético ou conteudo artistico desse tipo de "música" que alcança sucesso com a massa. A mulherada parece ter perdido o senso da sensualidade (sem intenção de trocadilho) e caído de vez na putaria escrachada. A midia chega a tratar o que eu conhecia como "cuecão" na adolescência - a famosa enterrada dos trajes íntimos nas partes pudentas -, como "movimento da coreografia", para arrepio de qualquer apreciador do Bolshoi. Quem dá a dica de como está a situação é a própria performer quando vaticina que 100% dos homens a elogiaram, e quem foi contra sua atuação deve ser mulher invejosa. Então tá, Jaqueline, vou creditar essa na conta da mulher-publicamente-humilhada-que-precisa-se-auto-afirmar-um-pouquinho, pra não dizer que não sou benevolente. Certamente ela conduziu essa enquete entre o público de alto padrão do "pagode" onde dançou.

A atitude da moça é tão contraditória que ela prórpia confirma que ao se deparar com a cena da filha de sete anos dançando da mesma forma reagiu explicando à menina que tinha errado em dançar assim. Já ouvi falar em liderança pelo exemplo, mas pelo que soubesse era para ser um bom exemplo. Enfim, podem anotar o circuito: a moça vai aparecer cheia de "k" e "y" no nome, em shows de pagode, loira na revista Sexy e com seios turbinados em vídeo pornô, para salvação da professorinha - como diria o saudoso Caco Antibes, sem nem imaginar como essa história teria terminado: sai de baixo!! Tenho medo de pensar no que esse pessoal vai inventar daqui pra frente a fim de aparecer na mídia. Nem vou tecer maiores comentários para não ser acusado de baixar o nível, ainda que somente imaginando aonde essa linha estética vai nos levar. Deus nos proteja e tenha piedade de todos nós.